quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ode ao Futebol Moderno - Parte 2

Demorou. Mas chegou. A segunda e última parte do texto sobre o Futebol Moderno, sobre qual fui instigado a escrever sobre, vem para mostrar que, apesar de todos os seus malefícios, bem apontados na primeira postagem, essa modernidade que atingiu o velho esporte bretão trouxe consigo algumas (poucas) benécies.

A integração entre esporte e Medicina é, inegavelmente, a melhor entre todas as novidades trazidas pela modernidade. Cada vez mais avançada e com conhecimentos e profissionais especializados no tratamento de atleta e melhora de desempenho, a Medicina esportiva permite, por exemplo, a recuperação de Ronaldo, há 10 anos atrás, para que esse fosse um dos destaques na conquista do título mundial. Ainda, podemos citar os casos de Eduardo da Silva, Jack Wilshere e todos os outros atletas de vidro em atividade.

Sem contar a longevidade que os atletas do jogo bonito ganharam desde a entrada a todo vapor da Medicina no âmbito desportivo. É só olhar os principais atletas do Campeonato Brasileiro e perceber que muitos deles já passaram dos 30 anos, que em outra época era considerada a idade do ocaso do atleta, e continuam atuando em altíssimo nível por aqui. Recomendo esse texto aqui.
Ainda, a modernidade trouxe os significativos avanços tecnológicos dos uniformes feitos de material especial, que visa melhorar o rendimento dos atletas (os maiôs da natação, banidos por serem "doping legal" são exemplos claros.). As diversas câmeras ao redor do gramado, que trazem os infinitos replays em diversos ângulos, e diversas velocidades, também foram incorporadas pelo esporte e também pelos admiradores, torcedores ou não. Imagina assistir a um esporte com uma câmera fixa, e sem direito a repetições? O que seria dos comentaristas? O que seria do narrador que muda de opinião a cada 5 segundos. (Sim, estou falando do Galvão). 

A "novidade mais nova" introduzida no Futebol, especificamente, foram as tecnologia Hawk-eye e a bola com chip. A intenção é definir se a bola ultrapassou completamente a linha de gol ou não. Se o Chip, instalado na bola e acionado por sistemas instalados ao lado das traves, não for acionado, as diversas câmeras do Hawk-eye System (ou Goal Line system) terão a missão de extinguir a dúvida, instantaneamente.

Poucas vantagens para muitas desvantagens, isso se percebeu. Mas é inegável que como tudo nesse universo, exceto a música do Skank, o Futebol moderno tem seus dois lados. E ambos devem ser abordados.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Esqueçam o resultado.

Semana passada a queridona CBF, presidenciada pelo mais biônico de todos os cartolas de lá, José Maria Marin(ho), resolver dar fim a aventura de Mano "papo lento" Menezes no comando da seleção brasileira de futebol. Muito já foi falado sobre isso e não vale a pena gastar caracteres com o que pode ser lido em qualquer site de meia tigela (Leia-se Globo.com)
Interessa, a partir da demissão de Mano, qual será o seu sucessor. O fanfarrão, e já quase fora da CBF, Andres Sanchez afirmou, com a empáfia que é característica da entidade, que existem 6 ou 7 nomes qualificados para assumir o comando técnico do selecionado amarelo. E foi endossado por alguns jornalistas amigos.

Com toda falta de respeito que é devida a este cidadão, não se consegue enxergar mais do que 3 nomes realmente com alguma qualificação para o cargo. E, como sempre, já se fez a lista dos mais cotados. Deixando de fora o sonho estrangeiro, vamos aos que podem virar realidade e acabar com a batata quente na mão:

Luís Felipe Scolari (feat. Murtosa)

Ultimo vencedor de Mundial pela seleção brasileira, o gaúcho é o mais cotado para assumir o time novamente, afirmam jornalistas de verdade. O que faltaria são detalhes pouco importantes, como a autonomia para montar o time, escalar e armar do jeito que lhe couber nos bigodes.
O nome e a grife, todavia, estão falando muito mais alto do que os resultados. Felipão tem o mérito de levar Portugal a semifinal do mundial de 2006. E só. Desde então, só decepção. Perdeu a Euro-2004 para a Grécia. Quando Big Phil assumiu o Chelsea, foi chutado pelos "Senators" do time sem conquistar uma maldita "Silverware". Foi trabalhar no Uzbequistão por 2 anos, voltou e ajudou a afundar o já na m#erda Palmeiras.

Muricy-bol Ramalho

Conquistou  3 campeonatos brasileiros seguidos (2006-2008), depois venceu o BR-10, levantou a  Libertadores 2011 com o Santos. Arma equipes sólidas na defesa e eficientes no ataque.
Não é exatamente o que os brasileiros imaginam como tático e muito menos o melhor amigo de um futebol bonito de se ver, mas suas qualidades são inegáveis. Se o que a CBF quer é resultado, não importando a qualidade do jogo, esse é o candidato.
Adenor Tite.

Campeão brasileiro em 2011 e da Taça Libertadores. Eleito o mais novo santo-herói curintxiano. Também é outro que arma defesas muito bem, a marcação imprimida pelo Curintchias durante toda as campanhas vitoriosas citadas foi impressionante. Talvez os únicos problemas sejam que ele precise de tempo e trabalho intenso para passar aos jogadores o que ele precisa, e isso é um luxo que o comandante da seleção amarela não terá.

Abel "Whisky a go-go" Braga

Técnico com experiência nacional e internacional comprovadamente vitoriosas, atual campeão brasileiro. Não difere muito dos últimos 2 citados no jeito em que arma seus times. Apenas pela incrível vermelhidão em seus olhos.
Treinadores legais, vitoriosos e tals. Mas, pessoalmente, temos um candidato mais divertido a indicar ao cargo. Vamos começar a campanha por ele:

Alexi Stival, o Cuca.

Ele é sensacional. Tem 3 títulos estaduais apenas no currículo. Mas a cara de choro que ele faz quando leva um gol não tem preço. Imagina a cena: Semifinal do Mundial-14, Brasil vencendo por 2X0 a Alemanha quando os germânicos marcam. Imaginou a cara do Cuca? Seria mais ou menos essa:
Nada mais divertido do que o Cuca no comando do time da CBF. As derrotas seriam mais engraçadas, e as vitórias mais sofridas. Ou vice-versa. Por isso, esqueçam o resultado, vamos deixar o futebol divertido. E o Cuca faz a alegria de todos. Mais ou menos, né.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ode ao Futebol Moderno - Parte 1

O título se explicará ao longo do texto, além de ser uma homenagem a Mario de Andrade e sua Paulicéia desvairada. Esqueçam ele por enquanto, se atenham ao importante aqui: O que é o futebol moderno?

O texto foi meio encomendado pelo amigo de longa data, o sr. @HerrPires. Enquanto assistia a partida entre Bangu e Nova Iguaçu, no glorioso estádio Moça "derretendo" Bonita, o porquinho viu uma placa que não trazia nenhuma frase nova para que acompanha o velho e delicioso esporte bretão. Os torcedores esticaram a flâmula com as palavras "Não ao Futebol Moderno !". Afirmo que essas palavras não são novidade alguma pois até um ótimo jornalista, Mauro Cezar Pereira, da ESPN, e seu colega Flávio Gomes já proferiram tal síntese de ódio e desprezo a modernidade do jogo bonito.

Contudo, entretanto, todavia, ficou em aberta a questão do que seria, na verdade, esse futebol moderno. E como bons pilantras e canalhas da internet, nada mais justo do que ficar em cima do muro e mostrar as possíveis facetas desse "novo" futebol.
Se esse tal "Futebol Moderno" a que os torcedores, jornalistas e Marias que falam de esporte se referem, for aquele que proibiu bandeiras e rojões em estádios, que pune com cartão amarelo o jogador que na euforia de marcar um gol, corre em direção a sua torcida e arranca a camisa ou sobe no alambrado, é de bom tom tal crítica. Se for aquele em que os Tribunais desportivos e seus *gasp* nobres julgadores puxam o holofote para si, ou aquele em que os clubes pequenos agonizam e só podem sobreviver as custas de contraventores ou empresários pouco ligados a história destes e seus torcedores, não há o que criticar a placa e seu discurso. Ainda, jogadores que se tornaram verdadeiros ciganos, sem qualquer apego as camisas que vestem dão mais razão ainda a faixa.
Qualquer amante do verdadeiro esporte e sua magia tem nojo do que se tornou o futebol. O que outrora era paixão, emoção, amor incondicional, se tornou, para muitos, mercadoria. Inclusive para as futuras gerações de torcedores. Os valores foram invertidos, e os estádios, que em outras épocas eram ponto de encontro para as massas de pessoas com as mesmas camisas, as mesmas músicas ensaiadas e de classes sociais diferentes, tornaram -se reduto de mosquitos e vândalos, torcedores profissionais e predadores do próprio clube. Os ingressas ficaram mais caros e a família agora prefere se reunir na frente da TV, comendo sua pipoca na segurança e conforto de seu sofá. Ou na birosca da esquina, na casa da sogra. Em qualquer lugar,  menos nas arquibancadas. Esse é o efeito mais marcante dessa modernização do futebol.
Seguindo esse caminho, o futebol brasileiro esmorece, morre aos poucos. Alguns enriquecem, e não são os clubes, ainda mais os pequenos, como Bangu e Nova Iguaçu. A esses, resta comer mortadela e arrotar caviar.

A este Futebol Moderno, Mario de Andrade escreveu:


"Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! 
que vivem dentro de muros sem pulos; 
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos 
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês 
e tocam os "Printemps" com as unhas!"


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Ser feito de idiota - A grande modalidade esportiva brasileira - Parte 1

Bom dia esse para uma postagem que chama a atenção para alguns pontos. Esse é um discurso do Deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) sobre a reforma do complexo do Maracanã e a venda do Estado e do Município para a iniciativa privada.
 
Quem não é do Rio de Janeiro, ou nunca ouviu falar do Freixo, deveria se informar mais sobre o cidadão. Candidato derrotado pelo miliciano-safado-corrupto-desgraçado Eduardo Paes, reeleito prefeito do município do RJ.

Assistam, por favor:

Além de todos os pontos magistralmente tocados pelo Freixo, temos novas provas e acusações. Aliás, nem tão novas, mas que indicam a merda que foi feita na hora da reeleição do tal Paes.

Toda equipe do MdC está cansada de avisar, de apontar, de informar. Mas o povo não escuta. Esporte é apenas diversão, dizem. Enquanto isso, um Estado da República Federativa do Brasil é VENDIDO.

O dia de finados foi escolhido especialmente porque a inteligência de um povo com quase 200 milhões de pessoas vai morrendo de forma cada vez mais rápida.

Crédito do título:  @alcysio

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A Conta não fecha, Professor !

Tirando a poeira daqui, já que as atenções foram todas voltadas para o "Milano Siamo Noi" e, lógico, para Milan em reconstrução.

Mas algumas coisas nessa terra brasilis me chamaram a atenção e, acreditem, não foram os inúmeros erros de arbitragens distribuídos amigavelmente para os 20 clubes que jogam a primeira divisão nacional. E, menos ainda foi a arrancada tricolor para o tetracampeonato com um time pragmático, direto e objetivo. O que me chmou a atenção foi essa postagem aqui no Blog do Juca Kfouri.

A verdade é que um costume antigo, todavia corriqueiro me chamou a atenção pela grandissísssissississima imbecilidade que nele está embutida, e espero que todos sigam o raciocínio: 
O Clube semi-falido (B), contrata o atleta veterano, sem vínculo com o antigo clube, com uma carreira repletas de sucesso, recordista de conquistas do mais importante título continental neste planeta (C). Na apresentação do citado atleta, o dirigente do clube (B) afirma, com a boca cheia de dentes, para quem quiser ouvir:
 "Quem vai pagar a contratação de (C) é a minha torcida"

Agora vem a citada imbecilidade. Ao invés de incentivar a torcida do clube (B) ir ao seu estádio, com promoções, propagandas e tudo que o marketing pode oferecer, as antas do clube, a mando do dirigente supracitado, descobrem a pólvora, acreditando que, aumentando o preço do ingresso, a receita irá aumentar !!!!!!
Realmente acho que algumas pessoas do esporte brasileiro deveriam ser internadas e trancafiadas em Arkham City. Não há lógica de mercado nessa atitude, e até o Quinzin da padaria sabe que se você aumentar o preço do pão, vai passar a vender menos. Independente de o Futebol ser um produto especial e que ninguém vai passar a ver o jogo do clube (A) porque os ingressos do (B) estão mais caros. As pessoas simplesmente vão deixar de ir ao estádio.

E foi o que aconteceu. Os horários infelizes de início das partidas, a distância dos jogos fora de casa e, mais ainda, o desempenho abaixo da expectativa que fora criada fez a torcida passar a ver os jogos na frente da TV, no bar ou no conforto de casa. Os queridos "Zé Poltrona" dominam.

O aumento do preço de ingresso por aqui é corriqueiro. Por exemplo, o custo das entradas para uma partida da Libertadores da América é quase o dobro de uma partida do Campeonato Brasileiro. E isso acaba por afastar aquela parte da torcida mais folclórica e festeira, os antigos "Geraldinos" do Maracanã vão sendo substituídos por bacanas de empresas e torcedores de oportunidade. Sem mencionar as organizadas, algumas são verdadeiras quadrilhas alimentadas pelos clubes.
Enfim, e tome imbecilidade. Aumentar ingresso pode até dar um aumento ínfimo na receita, mas afasta torcedores  e gera imensos vazios nos estádios. Vale a pena ter uma merreca a mais no bolso com um estádio vazio em todos os jogos? Vale a pena deixar os convidados da festa do lado de fora, assistindo a partida pela televisão enquanto a estrela principal se espanta com aquele deserto nas arquibancadas?

Se o craque (C) depender da sintonia entre torcida e clube (B) para receber o salário, Milão o receberá de braços abertos e estádio parcialmente cheio. 

terça-feira, 24 de julho de 2012

Post Social - Adotem a SUIPA !

        Quem me segue no twitter (@rdrmoraes), aliás, muito obrigado a esses loucos, sabem que os meus TT's reúnem Milan, Supervia (aquela merda de concessionária) e um pouco de música. Mas nesse dia 24 de julho não sei que santo baixou e resolvi mostrar um lado menos humano, mais animal.
        Sempre tive cachorros e, por isso, sou um apaixonado por essa espécie, e qualquer que seja a raça. A preferência sempre foi pelos mestiços, os amados vira-latas. No momento tenho uma Boxer e uma vira-lata que meu pai acolheu, após tê-la socorrido de um atropelamento e cuidado de seus ferimentos, colocando, inclusive, alguns pinos. Mas agora a velhinha aproveita sua aposentadoria muito bem, deitada o dia inteiro na varanda da minha casa.
        Há um tempo sou associado SUIPA (Sociedade União Proterora dos Animais) e contribuo com o que posso para a causa tão nobre dessa sociedade. A base deles é na Avenida Dom Helder Câmara, 1801, Benfica - CEP 20.973-011. Lá eles recebem os animais que foram largados por seus donos, os que são recolhidos por sua ambulância, acidentados ou atropelados pelas ruas desse Rio de Janeiro.
       Como o próprio nome indica, a SUIPA não é um órgão governamental, não recebem auxílio financeiro algum de qualquer setor do Estado. Todo o gasto com ração, contas comuns, como água, luz, telefone, e o auxílio aos profissionais que lá trabalham são provenientes das doações e mensalidades angariadas através de associados, como eu, ou em campanhas feitas no próprio site da SUIPA, o http://www.suipa.org.br/ .

          Desnecessário dizer que o número de animais lá é ENORME e que a verba é curta. Mas, para o bem dos animais lá abrigados, as pessoas que trabalham por lá são bem eficientes, competentes e, o que mais importa, dividem o mesmo carinho que eu tenho por esses bichos. Uma grande ajuda também vem dos doadores de materiais, como ração (principalmente as especias para filhotes e cães idosos), medicamentos veterinários e material de limpeza.

        Toda essa falação se justifica em um pedido apenas: Se vocês está lendo isso, e, assim como eu, se sensibiliza com a situação destes cães, gatos e até cavalos abrigados na SUIPA, eu imploro, por favor, se associem a eles, pelo site e contribua, mesmo que seja com a mensalidade mínima de ridículos R$ 15,00. Tenho certeza que aquele lanche fast food, aquele energético com whisky ou mesmo aquela vagabunda da esquina não vão ligar se você passar um dia do final de semana sem eles. A contribuição pode ser feita, inclusive, pelo cartão de crédito.

         Caso não queira ter esse gasto mensal (o que é incompreensível, já que em cerveja você não liga de gastar os tubos), você pode ajudar doando esporadicamente. Ou mesmo, se não quiser gastar dinheiro, a SUIPA também agradece doação de jornais e papelão, para cobrir o chão, material de limpeza, ração animal ou colchões e lençóis velhos. Afinal, os animais também sentem frio.
       O trabalho lá é maravilhoso, sempre tem o progama para adoção dos animais lá abrigados (Esse sábado, dia 28/07 inclusive, na frente da antiga TV Manchete, das 9 às 15 horas), os filhotes recebem tratamento intensivo, assim como os idosos e os deficientes físicos recebem um tratamento digno. Além disso, tem a lojinha on line, onde a arrecadação é toda destinada a própria associação, como bem ordena a lei.

         A equipe do MdC agradece, e os sobrinhos (como são chamados os animais lá abrigados) mais ainda !

quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Ripartiamo da zero" - Parte II

                Viram como eu posso acabar com uma postagem composta sem atrasar mais de um mês ? Pois bem, até eu duvidei, mas cá estamos, para a segunda, e última, parte da explicação do que está acontecendo em Milanello. 
                Como dito no último parágrafo da primeira parte do texto, o grosso das rendas do Milan tem vindo das transferências de jogadores. E o que chama a atenção é a política de transferências. Reparem que, de Milanello, as principais figuras são transferidas no auge de suas carreiras, ou pelo menos após alguma valorização. Só pensar em Sheva, Kaká e, agora, Thiago Silva e Ibrahimovic. Todos foram "negociados" por valores exorbitantes (o combo T.Silva/Ibra saiu por módicos 65 milhões de euros para o PSG), exatamente quando aclamados os melhores do mundo em suas posições em campo. Não há negócio perdido com Adriano Galliani e Ariedo Braida.
               No que tange a reposição, de uns tempos para cá (e eu já falei disso), a casa tem sido arrumada pela política Low Cost de contratações e algumas apostas em jogadores que se encontravam em baixa. Exemplos recentes são Prince Boateng, que ninguém tinha sequer ouvido falar e se tornou essencial ao time e, mais ainda, Nocerino, que por um troco de bala chegou do Palermo e, sozinho, fez mais gols do que Robinho e Pato somados. As apostas foram Ronaldinho e Cassano, por exemplo. O primeiro teve seus brilharecos até ser chutado nos fundilhos e o segundo vem demonstrando ter chegado no auge da carreira, com grandes exibições pelo Milan e pela Azzurra. Novamente, não há negócio perdido com Galliani e Braida.
               
               O aspecto econômico foi abordado anteriormente, agora vamos ao aspecto técnico.

               Grandes mudanças estão acontecendo diante de nossos olhos. Mas essas mesmas mudanças estão atrasadas pelo menos umas 2 temporadas. Voltem atrás um pouco e relembrem a pecha de time de idosos que o Milan carrega desde 2007. Se, naquela época, o único mais novo era Kaká, claramente era hora de olhar para os jovens. Mas isso não aconteceu e, aos poucos, os senadores foram ficando mais velhos, sem que chegassem reforços para substituí-los a altura. E, com a idade chegando, o fôlego e a velocidade do time foram se esvaindo, deixando o jogo do rossonero lento, sonolento e previsível. Basta lembrar das partidas contra o Man. Utd pelas oitavas de final da UCL 09/10.
             A saída dos grandes nomes do Milan, claro, enchem de tristeza todos os torcedores acostumados com os nomes e as caras dos senadores. E também decretam o fim de uma era, da mesma forma que dão início a uma outra. Isso aconteceu após o Milan de Sacchi, e Capello levantou a UCL em 94 sem que ninguém acreditasse em seu Milan. Novamente em 2003, quando ninguém via em Ancelotti e seu time a capacidade de levantar um título europeu. Os tempos mudam, os jogadores mudam, mas inegavelmente Berlusconi, Galliani e Braida sabem reerguer o time.
           Estou ansioso para ver o que veremos nessa temporada 12/13. Acho que acontecerá o mesmo que houve com a Juventus na temporada passada. La vecchia signora tinha, assim como o Milan de agora, novos nomes precisando mostrar serviço e medalhões mordidos para esfregar ótimas atuações na tela de seus críticos. Pensando em termos de plantel, a defesa é jovem (Acerbi é um bom valor, e Mexès, se ninguém mais jovem chegar, será o titular), o meio campo recebeu reforços interessantes (Montolivo é a mente criativa que pode ajudar a Boateng e Nocerino. Traoré foi muito elogiado no primeiro treino da temporada e Constant parece ser melhor que Muntari).
           Enquanto isso, no ataque, de uma vez por todas a aposta é Alexandre Pato. Mesmo que um atacante seja contratado (Tevez, Dzeko e Leandro Damião estão entre os nomes mais repetidos), essa é a hora de Pato demonstrar seu potencial, liderando o ataque que, por enquanto, tem como coadjuvantes Stephan el Shaarawy, também muito jovem, habilidoso e objetivo e o grande FantAntonio Cassano, o melhor assistente  italiano em atividade. 
           Talentoso, objetivo e, principalmente, rejuvenescido. Como não criar grande expectativas em relação ao Milan que se apresenta diante de nós? Capitano Amboleone e seus imediatos marcarão o começo de mais uma era em Milanello, e, na minha opinião, mostrarão um futebol muito interessante para os críticos que já declaram a morte do Milan.

            Como diz a música, "Tenho um diabo em mim". Milan, solo con te. Milan, sempre per te.

"Ripartiamo da zero" - Parte I

               Com essa frase, alguns dias depois da partida de Thiago Silva e alguns outros antes da confirmação da transferência de Ibrahimovic para o mesmo P$G, Massimiliano Allegri deu início a temporada em que ele vai ter que mostrar que vale todo o investimento feito em seu salário e, ainda, a confiança que lhe foi depositada após o Scudetto nº 18 do rossonero.
                As saídas dos considerados "novos pilares" foi antecedida pelo término de um ciclo campeão, iniciado em 2003/2004, com o Scudetto nº 17 e com seu término após as saídas (amistosas ou não, não me interessa) de Pirlo, Nesta, Inzaghi, Seedorf e Gattuso, principalmente. Claro, outras peças chaves para o time nas últimas temporadas, como Zambrotta e Van Bommel também foram dispensados. O único que restou dessa safra de campeões, o capitão desse barco, Massimo Ambrosini, o Ambroleone, tem a missão de ensinar aos novatos o código de conduta do Milan, e toda sua tradição.
               Os aproveitadores e os desesperados já gritam aos quatro ventos que o Milan acabou, que a Serie A já perdeu sua importância. O fato de que nenhum jogador TOP tenha restado na Peninsula (ainda podem chegar Van Persie e Tevez, mas isso é para outro texto) corrobora, e muito, com esses argumentos. Honestamente, não há como refutar o que a UEFA já confirmou: a Serie A é inferior a Premier League inglesa, a La Liga e a Bundesliga. E, se a coisa seguir nesse ritmo, a Ligue 1 também vai passar o coeficiente italiano na UEFA.
                   Contudo, alguns pontos devem ser ressaltados. A Família Berlusconi, nos idos de 1986, comprou o controle majoritário de uma Associação esportiva praticamente falida, depois de duas quedas a Serie B. Desde então, cobrindo os prejuízos do próprio bolso, Silvio il cavaliere Berlusconi presenteou aos milanistas nada menos do que 26 títulos, sendo 5 Copa dos Campeões, ou Liga dos Campeões. Sempre vestiram a camisa preta e vermelha atletas com potencial para serem os melhores do mundo. Mas, uma hora, a fonte seca, os ovos de ouros raream e chega a hora de arrumar a casa.
                       De acordo com dados do ótimo blog "The Swiss Ramble", da temporada 08/09 até a 10/11, as perdas somaram 146,4 MILHÕES de Euros. A renda auferida em um dia de jogo na temporada 10/11 foi de ridículos 35,3 Milhões de Euros (se comparadas com Manchester Utd. e Arsenal, com 130 e 111,7 milhões, respectivamente). Os gastos com salários, por outro lado, chegaram a 198 milhões de Euros, a maior na Serie A e perdendo, na Europa, apenas para Barcelona, Real Madrid, Man. City e Chelsea.
                       A saída dos medalhões aliviou, e muito, a folha salarial. A saída do Ibra mais ainda, porque o sueco tinha o salário mais alto da Serie A, ganhando miseráveis 9 milhões de euros por temporada. A chegada do Fair Play financeiro da UEFA impede que os "donos" coloquem dinheiro de seus bolsos nos caixas, para cobrir as perdas. E, assim, as combalidas empresas de Berlusconi ajudaram o Milan uma última vez, de forma gratuita (sem intuito de lucro, na verdade) na temporada passada.
                      De agora em diante, o Milan tem que ser um grupo empresarial (sim, formado pelas empresas A.C. Milan SpA, Milan Entertainment SpA e Milan Real Estate SpA) que consiga gerir seus recursos com responsabilidade e manter os gastos abaixo da arrecadação. E, no futebol, além do dinheiro das transmissões e dos ingressos, o grosso da arrecadação vem das negociações e transferências de jogadores.

                     No popular, foram os anéis, ficaram os dedos. E esse é o assunto para a próxima parte desse texto.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Euro 2012: A melhor semifinal possível.

              Seguindo na análise das semifinais da Euro-12. Aliás, me parece tão decadente falar "Eurocopa" que por isso só chamo de Euro. Seja pela unidade monetária ou por economia de palavras mesmo. Que se dane, o que importa são os jogos.

             Pois bem, a semifinal a ser disputada na quinta feira, dia 28/06, reúne nada menos do que 7 títulos mundiais, a seleção com o estilo de jogo mais atraente deste lado do planeta e também a mais apaixonante de todas, que sempre adora fazer as coisas do modo mais difícil porque, afinal, jogar no modo "Hard" é o que traz mais satisfação. Estamos logicamente falando da partidaça entre germânicos e peninsulares.

ALEMANHA X ITÁLIA
             Os germânicos, assim como a Espanha na outra partida, levam a pecha de favoritos para estarem na final desde que foram desclassificados no Mundial-2010, apresentando exatamente a antítese do futebol dos atuais campeões mundial e europeu. Com um time jovem, tempo para trabalhar e algumas figuras que se destacam demais no cenário atual, o treinero Joachim Löw tem meu respeito, e torcida.
             Com seu 4-2-3-1 bem definido, os chucrutes caíram no Grupo B e passaram bem. Contando com um dos melhores laterais em atividade, capitão do time e versátil Philipp Lahm, um promissor zagueiro Hummels, um ótimo Neuer no gol e, principalmente, com Bastian Schweinsteiger fazendo o papel de volante/meia perfeitamente e Mesut Özil armando o ataque, o jogo alemão é rápido, contundente e certeiro. Mesmo com Mario Gomez no ataque perdendo tantos gols quanto marcando. Gomez, da mesma forma que Klose, é um caneleiro puro sangue, da linhagem de Inzaghi.
Ó a carequinha do Gianni Infantino ali.
           Nas quartas de final, os alemão passaram o fusquinha por cima dos pensadores gregos, para a felicidade de Angela Merkel e tristeza do Monty Phyton, que erraram na previsão do resultado.

          O que dizer da Itália? Os comandados de Prandelli chegaram sacolejados por mais um escândalo de apostas, que chegou a afastar o lateral Criscito da equipe e lançar polêmicas sobre Gigi Buffon e os outros juventinos da equipe italiana. Diz a lenda que quando acontece uma m*erda dessas na península, um título é iminente, o que se comprova ao olharmos para 1982, 2006 e na conquista da UCL 2006/2007 pelo Milan (achou mesmo que eu não ia falar do Milan?).
 
          Gli Azzurri foram despejados no Grupo C, fizeram uma campanha digna sem sofrerem derrota, mas só garantiram a vaga nas quartas de final na última partida. Cesare Prandelli começou a competição tentando se aproveitar da base Juventina da equipe e mandou um 3-5-2 Conteano a campo. Após uma partida bizarra contra a Espanha, Prandelli retornou ao 4-3-1-2 das eliminatórias e só vem colhendo bons resultados. Além de elogios do Allegri.
         Nas quartas de final, como não poderia deixar de ser, os italianos mandaram na partida contra o English Team, mas foram incompetentes para transformar domínio em vantagem. Assim, a partida foi decida nos pênaltis e, como todo mundo sabe, Pirlo reanimou a galera de azul, após o erro de Montolivo, com uma Panenka, um cucchiaio, cavadinha, o diabo que seja, batendo o pilhado Joe Hart. Agora, o que o goleiro do M. City achou que estava fazendo com aquela pilha toda na cobrança de penalidades? Caía antes das cobranças, se postava feito uma perereca, fazia caretas.

O JOGO

         Vai ser legal para c*aralho, em qualquer circunstância, ao contrário da outra semifinal. Se a Alemanha mantiver o ritmo das quartas, a Itália deve simular um "Chelsea 2011/2012", se retraindo e esperando contragolpes puxados por lançamentos de Pirlo e correria de Balotelli e Cassano. Pelo lado alemão, Bastian Schweinsteiger tem grandes chances de jogar, enquanto que a Itália tem dúvidas sobre Abate e De Rossi. O primeiro, único lateral direito de ofício do time, (Maggio não defende e erra demais em uma defesa com 4 homens) se não jogar, pode levar Prandelli a voltar ao 3-5-2, já que Chielinni, aparentemente, se recuperou de lesão. 

          Novamente, eu quero que a Alemanha passe. O jogo deles é mais agradável e eu não gosto da base juventina da Itália. Todavia, se os germânicos não marcarem como se deve Andrea Pirlo, as coisas podem ficar feias no reino de Löw. A história também favorece os comedores de pizza, já que os chucrutes nunca venceram a Itália em fases finais de competições oficiais.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Euro 2012 - A semifinal Colonizada.

               Agora sim. Depois que todos os gatos-mestres e futurólogos de plantão destilaram seus venenos e conhecimentos acima do normal sobre o futebol europeu, chegamos a fase semifinal da competição internacional mais charmosa e esperada deste ano.

              Claro, antes de mais nada, aquela mea culpa safada por termos deixado o espaço vago por mais de 20 dias. Sabe como é, incompatibilidade de horários somada a preguiça monstro. Sempre acontece por aqui.

            Enfim, vamos ao que interessa. Todas as informações abaixo são inverídicas, inventadas ou apenas opiniões pessoais. Ninguém tem a intenção de ser dono da verdade ou ser preciso, até porque daria um trabalho do c*ralho.
            A primeira semifinal da Euro-12 será jogada na quarta feira, dia 27, entre os colonizadores do mundo, Portugal e Espanha. A outra semifinal, bem mais interessante e divertida, acontecerá no dia 28, quinta feira, entre a Itália de Cesare Prandelli e a grande Alemanha de Joachim Low e da enorme dúvida Bastian Schwarzenegger. (Eu sei, eu sei.)

PORTUGAL X ESPANHA
           O encontro entre o estilo de jogo mais insuportável deste universo e o jogador mais insuportável da Europa. E, claro, da grande eficiência e eficácia de ambos. 
            
            A equipe dos patrícios, vinda do Grupo B, pode ser considerada um azarão. Pelo menos por mim. Eu não sei desde quando se espera alguma coisa de uma seleção que tem sempre um jogador excepcional (antes, Luis Figo, e agora Cristiano Ronaldo) e alguns coadjuvantes de bom nível, e olhe lá. Cito o Nani e Raul Meirelles. A defesa dos filhos de maria é formada por Bruno Alves e PsicoPepe, o que, por si, assusta. Postiga e Hugo Almeida se revezam no papel de poste inútil no 4-3-3 do medroso Paulo Bento.
           Portugal passou pela República Tcheca ( a Tchecoslováquia para os íntimos) nas quartas de final, pelo placar mínimo, com gol de cabeça de C. Ronaldo, indubitavelmente, o melhor jogador em atividade na Europa.
        Ah, a Espanha. Com um desemprego de mais de 20 % de sua população e sem título da UCL na temporada passada, o mistão Barcelona-Real Madrid, com algumas poucas exceções, se tornou a salvação da lavoura. Principal candidata ao título, o bicampeonato no caso, lotada no Grupo C, foi soberana no mesmo, com apenas um empate contra a Itália. Honestamente, não há coisa mais chata nesse mundo do que assistir a um jogo da Espanha. É daquelas partidas que você vai pegando no sono aos poucos e, quando finalmente sucumbe a pressão e fecha os olhos, perde os únicos 10 segundos que prestam na partida toda, quando os espanhóis decidem finalizar e marcar.
Você esperando a Espanha chutar a gol.
          Diametralmente inverso a sua adversária ibérica, a Espanha tem toda uma geração vitoriosa e talentosa, tendo titulares e reservas praticamente do mesmo nível. Claro, sem contar o ataque, com os decepcionantes Fernandos, Torres e Llorente.

O JOGO

         Sem nenhuma sombra de dúvidas será um jogo interessante de se ver, principalmente se Portugal marcar logo de início. Caso isso não ocorra, duvido que a Espanha se abra logo de cara, partindo para o ataque. Mais chato do que prova surpresa na segunda de manhã ou vaso entupido na hora do almoço, "La Roja" vai cozinhar o bacalhau português até o Pepe dar uma traulitada em alguém, tocando aquela bolinha de um lado para o outro. Por seu lado, os bons volantes de Portugal podem muito bem apertar a marcação a lançarem os velozes Nani e Ronaldo no contragolpe fatal. Isso se o camisa 7 não acertar o poste pela 5ª vez nessa Euro (êita, pontaria.).

         Por mim, Portugal passaria. Mas, parece que a lógica deve reinar nesse confronto.