sexta-feira, 27 de abril de 2012

Canelacast - UCL/UEL

              Em mais um Canelacast, @rdrmoraes e @alcysio discutem as semifinais da Champions League e da Europa League, fazem prognóstico a jato dos possíveis resultados das finais dessas competições e, ainda, arrumam tempo para discutir sobre a pouca importância dada por italianos e ingleses a Europa League, torneio continental importantíssimo.


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             O Link para o download deste "Canelacast" está aqui

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ciao, Ibra. Ciao, UCL

               Sim, o título é um trocadilho. E dos bons. O sueco Zlatan Ibrahimovic chegou ao Milan na temporada passada, e, junto dele, como um anexo, veio o primeiro Scudetto desde 2003/2004, quebrando a hegemonia interista e levantando a moral de todo milanista após 4 anos sem título algum, desde a conquista do Mundial Interclubes, quando o "Bambino d'oro" ainda dava as cartas em Milão. Desde então, como não poderia deixar de ser, o  Big Swede se tornou a estrela principal do time, o concentrador das ações ofensivas.
             Não que a presença de uma jogador indubitavelmente qualificado e acima da média seja totalmente maléfica ao clube. Como disse, com Ibra em campo foram dois títulos importantes em cima da Internazionale e algumas performances memoráveis. Lances que realmente fazem valer todo o dinheiro investido na contratação do sueco. Dinheiro concentrado no pagamento de parcelas anuais para que o atual camisa 11 permaneça em Milanello por bastante tempo.
             Vamos agora ao que interessa. Em minha singela e pessoal opinião, o tempo de Ibrahimovic usando a camisa do Milan já acabou e, para mim, é uma boa hora para ele sair, indo para qualquer clube do mundo, exceto os italianos. Aos motivos:
                A primeira razão já foi mencionada anteriormente: Dinheiro. Não gosto muito de me meter nessa parte, mas a Sky.it afirmou que o balanço do Milan, em 2011, tem um senhor prejuízo de 67,3 milhões de Euros oficiais (Galliani afirmou que, na verdade, o prejuízo é de 75 milhões). Tudo bem que foi menor do que o de 2010 (69,8 mihões de euros). Várias reportagens já foram feitas e o salário de Ibra é o maior da Serie A. Por causa disso, os reforços do Milan têm sido basicamente jogadores em fim de contrato ou xêpa, aquelas barganhas que já mencionei em post passado. Por causa do dinheiro investido nele, a equipe tem um fuoriclasse, e vários carregadores de piano no meio campo, sem alguém que realmente gere uma confiança como existe para com o Ibra.
                Na sequência, a razão que me faz querer a saída de Ibra é perceber que as partidas em que ele não joga, e isso desde a temporada passada, o Milan tende a ter uma maior variedades de jogadas. É a consequência lógica da perda da principal referência, e, honestamente, isso muito me agrada. Quando ele está em campo, pouco importa como estão jogando os outros 4 do meio campo, é só mandar a bola para Ibra que ele resolve em uma jogada. Mas isso é pouco, e todos sabemos disso. Sem ele na equipe titular, todos acabam por trabalhar mais e criar mais, tornando a partida até mais interessante, do ponto de vista coletivo. É melhor jogar sem o Ibra do que sem o Thiago Silva.
               Todavia, o maior motivo de todos tem nome, sobrenome e orelhas muito grandes: A UCL. Ibrahimovic tem 30 anos, zilhões de ligas nacionais, mas seu desempenho em sede de Champions League é patético e, para melhorar, todo time com ele naufraga na disputado do torneio mais importante deste universo. A grande ironia foi ele ter saído da Inter e do Barcelona e, exatamente na temporada seguinte, ambos os clubes citados terem conquistado a orelhuda. Tudo bem que isso acontece a cada 50 anos com a Inter, mas é um fato. E o Milan viu isso nas duas temporadas em que Ibra esteve em campo. Ou pelo menos deveria ter entrado nele.
              O objetivo do Milan, a curto prazo, é conseguir a segunda estrela dourada na camisa antes da Inter e, se possível, antes da Juventus conseguir a terceira. Mas isso deve ser a curto prazo mesmo, por que a história mostra que i rossoneri sempre foram um time internacional, além das fronteiras da bota. O scudetto não basta, não satisfaz. O Milan é um campeão de Champions League, de títulos internacionais. E, com o Ibra em campo, parece que não vai acontecer.
                Com todo o devido respeito aos rivais, não quero ver o Milan se satisfazer com Scudetto ou Coppa italia. Não quero que o Milan se transforme em uma Juventus ou na Internazionale, com ambições tão tacanhas.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Façamos como Monty Python, rossoneri.

           Estamos na giornata 33 da Serie A. Até o presente momento, a Juventus é a líder invicta da competição, com 68 pontos. La Vecchia Signora segue firme e forte, com 18 vitórias e 14 empates e tem como destaques atuais o maestro Andrea Pirlo, o novato técnico Antonio Conte e o renascido Alessandro Del Piero.
          Na segunda posição, com apenas 1 ponto de desvantagem para a líder, e, mesmo assim, com 5 derrotas no campeonato, o Milan segue a caça da retomada da liderança, após abrir o bico e ver a vantagem de 4 pontos ser pulverizada em duas rodadas. Eliminado nas quartas de final da UCL 11/12 pelo Barcelona e na semifinal da Coppa Italia pela própria Juventus.
         Com esse panorama, não demorou para os cavaleiros do apocalipse descerem com suas imensas cornetas, dizendo que esta temporada, se o Scudetto não vier, foi completamente perdida pelo Milan e, claro, toda culpa recai sobre Massimiliano Allegri, o fênomeno que foi do céu ao inferno em Milanello. Todavia, há uma possibilidade de se enxergar bem mais do que esse pessimismo tolo permite. É só ter um pouco mais de frieza, boa vontade e, principalmente, pensamento a longo prazo.
                  Como já dito, Allegri tem errado bastante nessa temporada, indubitavelmente. Ele erra na escalação, erra visivelmente nas instruções e na maneira de encarar partidas chaves. Ele tem um retardo tático-mental de pelo menos 10 minutos em suas substituições, além de não ter uma bagagem tática interessante, que possa mudar a partida sem precisar queimar alterações. O Milan começa no 4-3-1-2. Se a coisa apertar, ele passa para um 4-3-3 bizarro, sem um armador de fato e, para segurar o placar, tome um 4-4-2 em linha. E ponto.
             Contudo, tenta ver além do óbvio. Allegri, e o Milan, tem enfrentado, além dos 19 adversários da Serie A, a incompetência dos profissionais que deveriam ajudá-lo. É inacreditável que um time tenha paulatinamente 10 desfalques POR RODADA, no mínimo, devido a lesões e problemas físicos. Claramente os treinadores de apoio, os médicos, o gramado do San Siro, a tinta de cabelo do Berlusconi ou a gravata amarela do Galliani não estão trabalhando como deveriam. E, mesmo assim, com um time de reservas em campo e sendo obrigado a repetir a mesma escalação por diversas vezes em partidas em sequências, a diferença é apenas 1 ponto.
             Além deste argumento, a política Low Cost de contratação do Milan nas últimas temporadas não tem ajudado muito as ambições dos senhores da Via Turati. Exceção feita a Ibrahimovic, que receberá um post em breve, é flagrante que todos os jogadores que têm chegado a Milanello foram barganhas ou xêpa, com alguns poucos recursos, mas não são fuoriclasse. Lógico que todo time deve ter seus carregadores de piano para que as estrelas possam atuar bem. Mas elenco de apoio fraca também atrapalha bastante. Como explicar um time que tem apenas Ibrahimovic como mente criativa e tem que usar como meio campistas alterofilistas no nível de Muntari (*cuspe*), Nocerino (ótimo jogador, mas limitado). Ou mesmo tem na reserva do Big Swede alguém como Maxi Lopez. E, ainda assim, a distância é de apenas 1 ponto.
            Portanto, antes de declarar a temporada como perdida, uma reflexão é necessária. Mesmo se o Scudetto não vier, o Milan fez muito nessa temporada de 11/12. Até Allegri merece algum crédito por estar lutando com todas as dificuldades citadas, até as últimas rodadas contra uma equipe que tem o elenco mais coeso, completo e saudável da Europa, pelo título italiano.

sábado, 7 de abril de 2012

A Classe dá lugar a Força: A receita de Allegri.

           Olhar para trás e lembrar o time do Milan que ganhou o Scudetto 03/04, tendo Ancelotti no banco, Rui Costa, Pirlo e Seedorf em campo, Kaká no banco, Cafu e Pancaro apoiando demais os meias e sabendo defender bem, e, no ataque,  SuperPippo Inzaghi e Shevchenko é um exercício de prazer e de felicidade. Agora, a diferença entre aquele Milan e o que, 3 anos depois, conquistou a Europa e o Mundo já é grande. Imagina, então, se compararmos com o Milan de Allegri, atual detentor do Scudetto e líder na corrida pela título este ano, veremos o quanto a filosofia mudou com o tempo, e de acordo com o plantel a disposição do treinador.
             No Milan 03/04, os jogadores citados estavam em seu auge e, aproveitando-se de um time cheio de bons armadores, com idade e fôlego, "Don Carletto" arrumava suas peças normalmente em um 4-4-2, variando entre 4-2-2-2 (com dois meias e dois volantes) e um 4-3-1-2, do mesmo jeito que Allegri arruma o time hoje em dia. A diferença era que o trequartista tinha menos velocidade, e mais inteligência, revezando-se Rui Costa e, muito raramente, o recém chegado Kaká. Era um Milan mais lento, é verdade, porém, com um meio campo inegavelmente talentoso e elegante, a exceção do querido e amado Gattuso.
              Após 3 anos, já sem Sheva e com a idade atingindo a todos de seu elenco principal, Ancelotti se viu forçado a arrumar um esquema que aliasse a segurança necessária a sua envelhecida, mas segura, defesa com uma liberdade para seu principal jogador, Kaká, poder avançar, em vertical, sempre na direção do gol. O que se esboçou foi um perfeito 4-5-1, arrumado no que ficou conhecido como a "árvore de natal de Milão", um famoso 4-3-2-1. O meio campo composto por Gennaro "Rino" Gattuso, Andrea Pirlo e Massimo Ambrosini marcava bem e, com a qualidade do segundo nome citado, dava saída de bola para Clarence Seedorf lançar Kaká, para que esse usasse toda sua explosão e velocidade batendo a gol ou tocando para Inzaghi (às vezes Gilardino) estufar as redes. O sétimo título europeu rossonero veio dessa forma, assim como os prêmios individuais de Kaká.
             Desde que assumiu o Milan, Massimiliano Allegri vem aos poucos moldando o time a seu gosto e, lógico, com as peças que tem. Seu 4-4-2 em losango (ou diamante), conhecido por 4-3-1-2, é, como mostram os resultados recentes e passados, muito eficaz. Entretanto, uma opção feita pelo técnico chama muito a atenção. O meio campo do Milan perdeu totalmente o espaço para jogadores talentosos, de bom passe, mas lentos. O chamado Regista, aparentemente, desapareceu das intenções Allegrianas.
             O fato se comprova pelas peças desse setor consideradas titulares. A classe e elegância de Pirlo e Rui Costa foram substituídas pela forte marcação, músculos e velocidade desenfreada de Nocerino, Muntari e Van Bommel. Aliás, esse último é o pilar de sustentação deste meio campo rossonero. Claro que Seedorf ainda está lá, e tem suas chances de mostrar que pode reviver alguns de seus melhores anos, lá da década de 60. Mas a única peça que se assemelha ao estilo de jogo do holandês 10 milanista é Alberto Aquilani. E, como se sabe, esse aí é mais chegado em uma enfermaria do que em um campo de jogo.
E a classe, cadê?
            Força, velocidade e um talento não faltam ao atual trequartista titular do time. Kevin Prince Boateng é o perfeito enganche entre a defesa, o meio campo defensivista e alterofilista de Allegri e o ataque, aquele feudo do Ibrahimovic. O que Kaká representava em 2007, Boateng faz exatamente o mesmo trabalho desde a temporada passada. Mas não se pode falar que o ganês é exatamente provido de uma classe e elegância ímpares dos que já ocuparam a mesma vaga no Milan.
          Aos poucos, e de forma vencedora, músculos e velocidade tomaram o lugar do talento e cadência no Milan. A saída de Pirlo foi emblemática, assim como o surgimento de Prince Boateng e Nocerino, os símbolos de Allegri nessa temporada. Funcionar, está funcionando. Mas falta um verdadeiro fuoriclasse, com visão de jogo e que dite o tempo da partida, e isso fica muito claro quando Ibrahimovic precisa sair da área para criar as jogadas.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Quero ver, outra vez, seus olhinhos de noite serena

        
           Não importa em que continente vocês esteja, que língua você fale ou mesmo qual time você torce. O interclubes mais importante deste universo e de outros paralelos apresenta amanhã a maior partida  que se possa imagina do velho esporte bretão na atualidade. Esqueça clássicos regionais, Libertadores e outros torneios e partidas que não terão a menor importância nesse momento.
        Eu gosto muito de uma hipérbole. Contudo, a razão me assiste. Quando a bola rolar amanhã, as 15:45 da tarde por essas bandas, eu vou segurar a respiração e rezar para todas as crenças, todos os deuses e seitas para que a atuação da quarta feira passada se repita para 9 dos 11 jogadores do Milan em campo. As exceções, é lógico, são Robinho e, principalmente, Ibrahimovic.
        O sueco deve aprender que uma carreira só de ligas nacionais nunca vai ser considerada satisfatória. Ele já tem 30 anos de idade e nenhuma UCL no currículo. Enquanto isso, no lado culè, aquele argentino importado de outro planeta, com 24 anos, já tem 3 títulos de Melhor do Mundo e 2 UCL's no bolso.
       Para a deicsão de amanhã, a superstição falou forte de novo e o uniforme branco vai ser mantido. A explicação é que 6 dos 7 títulos de UCL do Milan foram ganhos usando a camisa branca. Pois é. E como na semana passada um empate sem levar gols em casa foi considerado, e realmente foi, um ótimo resultado, a confiança na roupa branca continua.
      O texto não é para ser informativo, e sim de um torcedor. Todos concordam que o Barcelona é favorito e tals. Mas, como disse anteriormente, basta ao Milan um empate com gols. Lógico que não se deve jogar pelo empate, mas é reconfortante saber que a vantagem do empate é milanista.
        Amanhã eu quero ver todos suarem sangue, como foi na última partida. E não quero ver chances de outro desperdiçadas. E, como em 2009-2010, quero ver os olhinhos tristes de Lionel Messi.